sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Kadafi...mais uma “cria” abatida...



Transcrevo mais um excelente artigo de minha amiga professora de História em BH, Márcia Cunha de seu blog "Historia Corrente". Uma visão sociológica sobre o desfecho do conflito na Líbia.




Pois é... o homem morreu. Pediu, implorou, mas não tiveram misericórdia.


Mas a coisa funciona assim: se não obedecem ao criador, ele abate a cria...


Kadafi foi mais um na lista negra do criador. Mais um que “escorregou no quiabo”, “pisou no tomate”  e mereceu a morte, de maneira bem humilhante, como uma espécie de vitrine do terror... para que o mundo saiba que o criador não está nem nunca esteve  para brincadeiras. 


Espere, criador no caso,  não é Deus. O criador a quem me refiro é o de ditadores, ou seja,  os EUA e seus aliados. 


Pois bem, fazendo um pequena retrospectiva da vida política deste infeliz, descobrimos que Kadafi, após o golpe na década de 70 , este chamado de “Revolução”, conseguiu com sua política econômica elevar o padrão de vida dos líbios (nação composta por 140 tribos totalmente instáveis e muitos divergentes em relação a ideologias),os quais encontravam-se na penúria, apesar de pertencerem ao país que é  um dos maiores produtores de petróleo do mundo. 


Milagre? Não. Nacionalização das empresas de petróleo que estavam nas mãos dos estrangeiros ( como sempre ).  Pois bem, além disto, conseguiu com mãos de ferro e uma ditadura típica, aliada a uma ideologia “de massas”, numa mistura de islamismo + marxismo + socialismo + capitalismo, irritar profundamente seus parceiros comerciais, como os EUA por exemplo, que chegou a romper relações com o ditador na década de 80.


Pois é... por seus "pecados",  foi taxado de “terrorista”, “miliciano”, e sem a menor cerimônia, atribuíram (EUA e aliados)   a ele vários incidentes com aviões e atentados a bombas em países ocidentais. Ué, você já ouviu esta história antes não é? Claro que sim, pois esta é invariavelmente a política exercida pelos EUA em relação a países que “ferem” seus interesses econômicos .


Mas voltando a Kadafi, ou infeliz se assim preferir , apesar de ter proclamado apoio aos extremistas palestinos, apesar de sua aproximação com o Irã, apesar de ter expulsado estrangeiros tunisianos de seu território e ainda, apesar de ter assumido o ônus pela queda dos aviões com os supostos terroristas líbios sem no entanto assumir a culpa,...ele, o Kadafi, o infeliz Kadafi, ao sofrer o embargo da ONU  (pausa pra reflexão: interessante a ONU não é? Ela determina embargos a nações que representam um perigo para a população mundial, mas ela só age assim em relação a perigos que representem perda econômica para as grandes potências, porque na SOMÁLIA por exemplo, não se ouve falar da ONU, em Ruanda , no genocídio de tutsis por hutus, a ONU saiu a galope, sem olhar para trás... estranha esta ONU, na questão palestina, ela se omite...na questão do Iraque principalmente, ela sequer fez qualquer esforço para impedir a invasão... estranha essa ONU...muito estranha), bom, mas voltando ao infeliz Kadafi, mesmo com tudo isto, ele resolveu dar a mão a palmatória às grandes potências lideradas pelos EUA e  logo, desnacionaliza seu petróleo, condena o atentado do 11 de setembro, promete lutar contra o terrorismo, aperta as mãos de Sarkozy e,  por último,  sorri largamente para os EUA... 


Mas já era tarde.  Kadafi aprontou muito. Nestes 42 anos de governo (veja só que ironia), foram anos e anos governando uma população instável, 140 tribos diferentes, mas que se dobraram diante de seu regime “opressor” como cãezinhos adestrados , e,   de uma hora para outra, num piscar de olhos, resolveram se rebelar e ainda, puderam contar com o apoio incondicional das “forças aliadas” , lutando juntos pela “democracia”...


É...sei não. O governo interino já deixou claro o rumo ao “fundamentalismo”... será que neste novo regime, haverá nacionalização das empresas petrolíferas? 


É...sei não. O Criador está de olho na cria...independente do regime, se fundamentalista, se capitalista, se “socialista”, se islâmico ou  cristão, se democrata ou ditador...o importante é não ferir os interesses econômicos do criador. Retórica para depor governos, invadir, matar, destruir, aniquilar seus inimigos ele tem... e tem mais que retórica, tem aliados, tem acima de tudo poder de criar e destruir seus ditadores... 


À nós, mortais, restano-os pedir um favor a Kadafi: dê um oi a Sadam por nós...


Fonte: http://historiacorrente.blogspot.com/2011/10/kadafimais-uma-cria-abatida.html

terça-feira, 11 de outubro de 2011

IN(VEJA) que mata...

Artigo do colunista Paulo Moreira Leite que expõe o ridículo de determinados setores da sociedade brasileira em tentar desclassificar as condecorações recebidas pelo ex presidente LULA no exterior.

Reação provinciana às condecorações de Lula

Confesso que o esforço de determinados políticos, observadores e acadêmicos para reclamar das condecorações internacionais recebidas por Luiz Inácio Lula da Silva já passou o limite da boa educação, do bom gosto e até do ridículo.
Lula recebeu sua mais nova condecoração há duas semanas em Paris. Até hoje a imprensa continua publicando textos que procuram convencer o leitor, basicamente, do seguinte: os pobres intelectuais do mundo desenvolvido são tão despreparados, tão ignorantes e tão incultos, que não sabem quem é Lula, nunca ouviram falar das mazelas de seu governo e só por isso insistem em lhe dar títulos honorários.
Num artigo publicado no Estadão, hoje, um professor do interior de Minas Gerais tenta convencer o público que os intelectuais europeus estão confundindo Lula com a reencarnação do “bom selvagem,” aquele mito da obra de Jean-Jaques Rousseau.
É até preconceituoso, quando se recorda que o “bom selvagem” não tinha um conteúdo de classe social, mas era uma referencia a civilizações consideradas primitivas pelo pensamento colonial europeu.
É preciso apostar alto na ignorancia do leitor para imaginar que ele vai acreditar que os intelectuais dos países desenvolvidos vivem na Idade da Pedra, sem internet e sem uma imprensa de qualidade, que nos últimos anos tem feito reportagens extensas e profundas sobre o Brasil.
Posturas deste tipo são apenas mesquinhas e provincianas.
Mesquinhas, porque envolvem interesses menores e inconfessáveis, frequentemente eleitorais, apenas disfarçados por um palavrório de tom indignado.
Provincianas, porque a condecoração de um presidente da Republica por instituições respeitadas, como a Ecole de Sciencies Politiques, de Paris, que, com afetada intimidade, alguns comentaristas chamam de Siencies Po, deveria ser motivo de orgulho para qualquer brasileiro.
Outro ponto é que o aplauso acadêmico internacional pelas realizações do governo Lula contém um ensinamento importante para um pais desigual e hierarquizado, onde a boa educação só é acessível a uma minoria.
Estou falando de um preconceito antigo e mal disfarçado contra brasileiros e brasileiras que não puderam frequentar a escola como se deve, na idade em que seria preciso, não tem o domínio perfeito da língua, não respeitam normas cultas, cometem erros de concordancia e exibem um vocabulário muitas vezes limitado.
Com frequencia, essas pessoas  costumam ser tratados como cidadãos de segunda classe, pré-destinados a ocupações inferiores e que nada devem fazer além de ganhar a vida em atividades braçais.
Ao premiar um presidente que teve pouca educação formal, mas foi capaz de obter um reconhecimento popular como nenhum outro na história recente do país, as universidades estrangeiras informam que é recomendável enxergar além do estererótipo.
Talvez por isso as condecorações irritem tanto a tantos. O reconhecimento é uma advertencia contra aqueles que valorizam demais os diplomas que conseguiram pendurar na parede. Não faltam motivos concretos para se fazer uma crítica política a Lula e a seu governo. Todo cidadão bem informado tem sua lista de críticas e sua análise.
Mas o esforço para criticar as condecorações internacionais é  esforço inglório.
Nem os brasileiros foram convencidos por estes argumentos, como se viu na campanha presidencial e também pelas pesquisas de opinião, que sugerem que Lula está próximo do nível da santificação junto ao eleitorado. Vencidos em casa, seus adversários querem ganhar a eleição no exterior. Além de feia, é uma batalha perdida.

domingo, 9 de outubro de 2011

Grande Mídia x Blogosfera



Reproduzo a seguir texto analítico do grande camarada militante Wellington Lyrio sobre a guerra "silenciosa" que o oligopólio midiático brasileiro trava com a blogosfera.




O cavaleiro pode mudar...mas...o caráter braço ideológico será o mesmo.


Hoje pela manhã quando acessei a internet visando acompanhar as notícias do dia, tal como de costume, não aconteceu nada diferente. Mas, um sequência de simples leituras ilustrou algo mais de que certo, porém, uma coisa que alguns insistem em negar, ou por inocÊncia, ou desonestidade intelectual mesmo. Me refiro a atuação da Grande Mídia como um Partido Político e a Blogosfera como  algoz dessa. Vou expor agora a tal sequência de simples leituras supracitada.


A Primeira foi no Facebook de Milton Temer: "Globo, partido político. Pois é. Está na coluna da Miriam Leitão algo que passa desapercebido mas tem que ser analisado mais seriamente. São os debates temáticos que Globo,CBN vêm organizando, não só no auditório da empresa como em espaços públicos, reunindo apenas uma corrente de pensamento - privatista e neoliberal. Depois, dão ampla cobertura e fica o fato valendo como "debate na sociedade". É fundamental que setores progressistas na academia e fora dela atentem e partam para o contraponto que desqualifique a falácia"


Em seguida, quando passei pela página de O GLOBO, deparei-me com a primeira, de um série de reportagens anúnciadas pelo jornal, sobre o tema: PRIVATIZAÇÕES. O título da tal matéria era: 
"Empresas privatizadas já respondem por 25% da receita das companhias de capital aberto"


RIO e VOLTA REDONDA - Com a venda da Usiminas, em outubro de 1991, o Brasil iniciava a era das privatizações, que mudou a cara da economia do país. Siderúrgicas, petroquímicas, ferrovias, empresas de energia elétrica e telefônicas estatais passaram às mãos da iniciativa privada. O pontapé inicial desse processo, inserido no conjunto de reformas econômicas promovidas pelo então presidente Fernando Collor de Mello, foi o Programa Nacional de Desestatização (PND), tocado pelo BNDES. Por um lado, o programa visava a enxugar o Estado, reduzindo sua intervenção na economia e liberando-o para atuar em áreas como saúde e educação, conforme o receituário mais liberal que dominou o mundo nos anos 90. Por outro, a venda de estatais era usada para abater dívida pública e, de quebra, recuperar a credibilidade do Brasil no exterior, manchada desde a moratória de 1987.


Desde que se livraram das amarras do governo, a maior parte das estatais privatizadas pisou no acelerador e cresceu. Os 20 maiores grupos ou empresas criados a partir das privatizações ou concessões à iniciativa privada nos últimos 20 anos já somavam R$ 300 bilhões em receita em 2010, ou 25% do faturamento das companhias de capital aberto do país. Em valor de mercado, eles respondem hoje por 20% do total - ou R$ 513,6 bilhões. Os dados foram levantados pelo GLOBO a partir de informações da consultoria Economatica e excluem empresas do setor financeiro ou seguradoras. Entre as firmas estão Vale, que lidera o ranking, a telefônica Oi e a Braskem, que, embora tenha sido criada em 2002, absorveu praticamente todas as pequenas petroquímicas que atuavam sob batuta estatal.


- O governo havia alavancado a indústria de base, mas não conseguia mais sustentá-la. Era necessário retirar esse ônus do Estado - diz Francisco Anuatti, economista da USP de Ribeirão Preto e autor de artigos sobre o processo de privatização. - A maior parte das empresas se tornou mais competitiva e eficiente.
A partir de hoje , O GLOBO publica uma série de reportagens sobre os 20 anos das privatizações, que se estenderá pelos próximos três domingos.


Pois bem, quando terminei a leitura de tal reportagem, imediatamente veio a minha mente o quanto MiltonTemer estava correto em seu post, ao colocar a atuação de O Globo como a de um PARTIDO POLÍTICO- não teria melhor exemplo de pensamento PRIVATISTA E NEOLIBERAL sendo propagado.


Enfim, pra finalizar, fui ao Blog do Brizola Neto (O TIJOLAÇO), onde, como de costume, o jovem parlamentar, tal como outros blogueiros,  utiliza o espaço de seu Blog para rebater notícias  de cunho falacioso, e nesse Domingo não foi diferente. Lá estava: 


As contas da privatização


O Globo publica hoje matéria sobre os vinte anos de privatização de empresas estatais e diz que as empresas privatizadas responderam por um faturamento de R$ 3oo bilhões em 2010. A dólar de dezembro do ano passado, US$ 177 bilhões.
O total da receita com as privatizações, de 1991 a 2002, somou US$ 87,5 bilhões: US$ 59,5 bilhões em privatizações federais e US$ 28 bilhões em privatizações estaduais. Ou seja, metade do faturamento de um só ano destas empresas.
Diz o jornal que as empresas foram vendidas para reduzir o endividamento do Estado brasileiro. A dívida líquida do setor público no Brasil, em 1991, era de US$ 144 bilhões. Em 2002, com tudo que a privatização deveria ter “abatido” deste valor, era de US$ 300 bilhões.


Nem privatizar, nem dever, em si, são, em si, pecados. Vender mal, seja entregando o que é estratégico, seja fazendo isso na bacia das almas, por valores irrisórios, são. Dever, quando se paga juros módicos, pode ser o caminho para o desenvolvimento e o progresso. A juros extorsivos, porém, é apenas o caminho da escravidão ao rentismo.
A grande maioria das privatizações foi feita com financiamento público, com uma elevação brutal das tarifas cobradas nos servilos públicos, não se conservou participação do Estado nem para dirigir estrategicamente as suas atividades, nem para participar dos lucros que produziam.
Estamos pagando caro, muito caro, e ainda pagaremos por muitos anos por este período de vergonha da história brasileira.


Não foi uma estratégia, foi uma liquidação, uma entrega desavergonhada do que pertencia ao povo brasileiro.


Enfim, a olhos mais desatentos, ou desinteressados, pode não parecer nada demais, porém, essa série de pequenos acontecimentos mostra muito bem por qual motivo a Grande Mídia não gosta da Blogosfera. Afinal, quem mais poderia oferecer um contraponto a FALÁCIAS DO PIG?

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Fim do Professor...

Transcrevo abaixo carta manuscrita de um professor da rede pública estadual, entregue a mim no corredor de uma escola na periferia de São Paulo onde lecionamos conjuntamente. Ele, professor de Física e Química, quase sexagenário com mais de vinte anos de carreira. Eu, professor de Sociologia, recém -ingresso nos "enta", assim como recente na rede, representante de uma corrente de esperança por dias melhores, porta voz deste professor que fala, ou melhor, escreve por muitos...

O FIM DO PROFESSOR

Oculte seus princípios, 

oculte sua alegria.

Observe o navio afundar...

não adianta fugir,

não adianta gritar.

Ao seu redor é cada um por si. Não há união...
...nem comunicação.

Sou simplesmente um professor, ou melhor, um ser incompetente, medíocre, burro ou idiota que até agora não percebeu que nesse país a educação é uma palavra vazia ou simplesmente o nada; chegando se a simples conclusão que ser professor é fazer parte do nada.


sábado, 24 de setembro de 2011

VEJA cada vez mais CEGA


TEXTO PÚBLICO EM RESPOSTA AO COLUNISTA AUGUSTO NUNES, DA VEJA, QUE ME AFRONTA DE FORMA VERGONHOSA, DISTORCENDO INFORMAÇÕES E FATOS COMO BOM SERVO QUE É DA MÍDIA GOLPISTA QUE O EMPREGA.

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/o-unico-manifestante-que-atendeu-a-convocacao-culpa-a-midia-golpista-pelo-fiasco-do-protesto-contra-a-midia-golpista/



Que a mídia no Brasil é um oligopólio concentrado nas mãos de algumas famílias das classes dominantes eu já sabia.

Que a mídia mente, falseia , inventa e reproduz ideologias burguesas, eu também sabia. Mas o que não imaginava mesmo é que, eu, um simples blogueiro e professor de escola pública, me converteria em assunto na falta deste, a um colunista da revista VEJA. Avisado por uma amiga acessei um link que me jogou no blog do Augusto Nunes. A manchete de imediato chamou me  a atenção, porém, na medida em que avançava na leitura, fui surpreendido ao me ver noticiado como sujeito principal do texto. Fui qualificado pelo "jornalista" como orador representante dos "20 gatos pingados, que nem estudante é, e que, se não mentiu, é professor". O que se segue é uma série de reproduções de minhas falas com objetivo claro de me achincalhar e me associar a uma persona non grata desta publicação, o "cumpanheiro". O grande equívoco desse colunista, no entanto, foi reproduzir da forma mais imbecil possível a ideologia da revista que o emprega. Fiel ao estilo do patrão, veicula informações desconexas num texto de gosto duvidoso, que faz a alegria de leitores incautos, desprovidos de senso crítico e manipulados, conforme se vê nos comentários deixados em seu blog.

Agora vamos ao dado concreto

Eu fui atraído ao vão do MASP naquela tarde de sábado, 17 de Setembro, por meio de uma publicidade no Facebook. Meu objetivo era gravar o evento para usá-lo como ferramenta didática em apoio às minhas aulas, pois o assunto no bimestre, coincidentemente era a mídia. Essa prática inclusive, de utilização das novas tecnologias, consta nos parâmetros curriculares do ensino médio da Secretaria da Educação. Assim, me dirigi ao local com esse único intuito. Ao me situar, por meio dos "meia dúzia de gatos pingados que lá estavam", segundo o colunista, dos objetivos do movimento, me simpatizei de pronto com a causa e passei a narrar aos meus alunos em forma de vídeo aula. Ou seja, eu não tinha nada a ver com o movimento. Fui cumprir meu papel de professor de sociologia e encontrei voluntários segurando faixas que simplesmente  se identificaram com a causa que os arregimentou. Não tinha nada a ver com milicianos da CUT ou do PT como o colunista induz a pensar em seu texto tendencioso e desprovido de qualquer ética jornalística, como é comum a essa publicação.  O que me causa ainda mais repulsa é a maneira deselegante, irônica e desrespeitosa com que este colunista dirige se aos poucos que ousam solidarizar se comigo nos comentários perdidos em meio aos aplausos da insensatez.

Não obstante a tudo isso, tenho mais é que agradecer ao Augusto Nunes por ter dado tanta visibilidade ao meu vídeo. Na tentativa de desmoralizar um movimento legítimo,  O MSM - Movimento dos sem Mídia, ele alçou este movimento ao reconhecimento dos que lhe ignoravam, por absoluta falta da informação que a a mídia deveria prover.Quanto a este simples professor que vos escreve, tal episódio só serviu para mostrar-me que estou no caminho certo ao politizar meus alunos e preveni-los contra essa mídia golpista.

Aos quase 2500 membros da Juventude Politizada do Brasil, comunidade do Orkut,  formada por alunos da rede pública de ensino, meu grande abraço e a certeza de que vocês estão reescrevendo a estória da educação nesse país. Ao "jornalista", meu agradecimento e à VEJA, meu desprezo.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Movimento dos Sem Mídia - Ato Público no MASP


Tive a grata satisfação de participar  nesse sábado, 17/09 de uma manifestação convocado pelo MSM (Movimento dos Sem Mídia) no vão livre do MASP em São Paulo. O objetivo era alertar a opinião pública para a necessidade da democratização da mídia brasileira. Temos acompanhado a queda de braços entre alguns setores ligados ao PT que falam em democratização e setores mais conservadores ligados ao PSDB que falam em censura. O dado concreto é que o debate está posto e bem poucas pessoas ainda, são capazes de formular uma opinião sobre o assunto. Seja como for, é importante a ação deste movimento que procura esclarecer a opinião publica sobre o oligopólio que reúne os veículos de comunicação no Brasil. Isso, por si só, já constitui uma imoralidade. Este blog já tomou partido nessa questão. Neste vídeo, faço uso do microfone democrático do MSM para denunciar a política de desmanche da educação pública promovida pelos governos tucanos em São Paulo e Minas Gerais.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

PTMDB - O "novo" grande partido nacional

Como se sabe, dia desses o PT (Partido dos Trabalhadores) realizou seu congresso nacional em Brasília. Como de costume, lá se reuniram as diversas facções do partido (redundância à parte) numa grande festa democrática. A voz das "minorias", no entanto, insatisfeitas com o noivado com a antes combatida sigla, se fez ouvir e de forma incômoda, pra não dizer constrangedora. Uma das correntes, chamada de "Mensagem ao Partido" chegou a pregar a ruptura com o PMDB em nome das eleições que se avizinham. Uma demonstração cabal de ingratidão para com o partido que foi determinante para a eleição de Dilma. Na verdade, coisas da política. Nestas horas o que prevalece são as conhecidas e hábeis tiradas diplomáticas dos políticos profissionais e de longa carreira, como a de Michel Temer, um dos mais surrados no congresso: "Essas manifestações mais radicais são facilmente superadas pela forte relação que os dois partidos consolidaram ao longo da aliança". Isso resume tudo. Na prática não existe mais dois partidos, só na teoria, para manter as aparências e a "credibilidade" das siglas. O governo Dilma não subsistiria sem essa relação carnal com o PMDB, assim como o de LULA. O desafio para os caciques de ambos os partidos é conter os ânimos das correntes mais à esquerda que ainda se pautam pela ideologia. O dado concreto é que ideologia em política virou uma espécie de artigo de museu, algo bonito de se ver, de se admirar e de nos remeter à história, porém, coisa do passado. O PT teve que "descobrir" isso para chegar ao poder e se manter por lá. Duas letrinhas na sigla (PT) não conseguiria representar na prática um partido no exercício do poder. Daí a metamorfose e o acréscimo de mais três letrinhas (MDB) O (P) já era comum aos dois, como é comum também o jogo de interesses. Surge então o PTMDB, um verdadeiro "Leviatã", só para lembrar de Hobbes. Um gigantesco monstro que se nutre do fisiologismo, das conveniências e claro, da diplomacia que os mantem unidos no interesse comum. Está claro e nítido, só resta às correntes minoritárias de ambos os partidos perceberem que o casamento já foi sacramentado, só que eles não foram convidados para a festa "democrática".

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Um grama de ação ou uma tonelada de teoria?


Reproduzo aqui o texto do BLOG da professora de História mais idealista e comprometida com a profissão que já tive o prazer de conhecer.
Apoio, incentivo e recomendo seus extraordinários conteúdos.

Fonte original:http://historiacorrente.blogspot.com/

“Um grama de ação vale uma tonelada de teoria.” Friedrich Engels

E a Educação no Brasil... ainda conta com um grama de ação...

Pois é. Em meio a greves de professores, falta de apoio e incentivo ao profissional, falta até mesmo de estrutura física a qual impossibilita o desenvolvimento de qualquer trabalho didático, projeto ou iniciativa por parte do educador, falta de uma política salarial ou um plano de cargos e salários que o valorize e principalmente, que lhe dê oportunidade de exercer com qualidade seu papel, enfim, em meio ao caos na Educação, conhecemos e convivemos com a LDB9.394/96 – Leis de Diretrizes e bases, a qual vem reafirmar o papel da Educação e o direito à ela, garantido pela Constituição.

Qualquer professor que tenha estudado a LDB e seus PCN’s – Planos curriculares Nacionais, fica extasiado diante de um amontoado de letras que diz absolutamente tudo o que a Educação deveria fazer por um indivíduo, tudo o que deveria desenvolver neste indivíduo...mas que infelizmente, na maioria quase absoluta das vezes não o faz. E não o faz, pelos motivos já ditos no início deste texto. É como se a cada vez que lêssemos as leis, os parâmetros, os artigos, confirmássemos que a teoria jamais será colocada em prática... como se tudo não passasse de uma utopia romântica, de muito boa vontade e intenção e uma grande dose de "conhecimento de causa" por parte dos especialistas da educação....mas...impraticável em nosso contexto.

Mas eu disse “quase absoluta certeza” , porque existem exceções. E uma destas, eu conheço de perto, participo dela e tenho o prazer de dedicar através deste texto, meu respeito, meu carinho, reconhecimento, admiração e a certeza de que podemos sim, realizar utopias.
Falo da JUVENTUDE POLITIZADA DO BRASIL, uma comunidade virtual da rede social Orkut, criada pelo sociólogo Marcello de Paolla, meu mestre... e que vem despertando em mim, o desejo sincero de colocar toda a LDB em prática, de todas as formas e maneiras que eu puder alcançar, assim como o fez este professor de São Paulo... designado pelo Estado, cargo com tempo determinado e que se encerra a cada ano e, que só será renovado pra substituir os “efetivos” insatisfeitos e com poder de greve... licenciados...ou outra coisa parecida.

Voltando à comunidade, ela conseguiu em um curto espaço de tempo, colocar em prática vários pontos dos PCN’s para os projetos políticos pedagógicos da disciplina sociologia e que ironicamente, o professor sequer teve acesso nas escolas em que leciona (fato que se repete na maioria das escolas públicas, as quais não utilizam PPP’s por diversos motivos, entre eles, o tal contexto em que nós, os profissionais da educação, vivemos.

Mas contrariando todas as expectativas ou falta delas, desafiando todas as dificuldades encontradas pelo árduo caminho do ensino público, na comunidade JPB, discutem –se os famosos temas transversais: meio ambiente, sexualidade, cidadania, justiça social e outros ...e incrível... praticando também a interdisciplinaridade, já que lá, em um único tópico, é capaz de se debater biologia, química, física, história e até matemática...dependendo do tema proposto.

Basta abrir um tópico sobre drogas, que aparecem alunos defendendo ou refutando a liberalização de drogas... discutindo o que seria melhor ou pior para as famílias e sociedade...
Sobre sexualidade então, o tópico rendeu várias postagens sobre camisinha, os perigos da gravidez na adolescência...

Discutem até a possibilidade da existência ou não existência de Deus...e pra isto, o debate consome muita biologia, genética, espiritualidade, fé... e ciências de modo geral...

Agora estão discutindo conceitos dos mais diversos, com assertivas propostas no chamado “Grande Desafio”. Falam de “ditadura”, “democracia”, “política”, “sociedade”, “cidadania”...

Eu fico emocionada de estar participando disto tudo. E fico também me perguntando: por que a maioria dos colegas não conseguem em meio ao caos, praticar um grama de ação como esta? Por que tudo é tão difícil? Por quê não nos apegarmos ao que temos, como o fez o professor que utiliza-se de um recurso que se tornou tão corriqueiro – internet tem em quase todo lugar e quase todo mundo tem acesso – um recurso como as redes sociais que qualquer aluno do ensino secundário utiliza pra namorar, paquerar ... e transformar isto em uma “indiscutível prática da LDB e seus PCNS” que segundo suas finalidades, são para “desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos superiores”.

É assim que conseguiremos trabalhar de verdade. É com vontade, criatividade, compromisso... independente do salário ruim, das situações precárias...porque temos que ter a visão de que só conscientizando esses alunos, transformando-os em cidadãos de verdade, com senso crítico, é que será possível mudar o cenário da Educação no país. Basta um grama de ação, pra valer uma tonelada de teorias.

Eu sei que é complicado, como sei...a realidade do professor no Brasil é triste, é vergonhosa... mas são iniciativas assim que demonstram a importância de se acreditar na profissão...
É assim que aprendemos que teorias podem sim serem praticadas... de várias formas...através de vários instrumentos...com o objetivo de alcançar a proposta maior que nos fizemos ao optarmos pela profissão “professor”.

Professor Marcello, fica aqui meus parabéns. Minha admiração por você é imensa. Sua iniciativa é exemplo para todos nós...professores que desejamos de verdade, fazer a diferença. Conte comigo...sempre...

Pra quem quiser observar, participar, ou simplesmente conferir, abaixo o link de nossa escola virtual...será um prazer recebê-lo:

http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=105331054

sábado, 2 de julho de 2011

O Grande Desafio


No terceiro bimestre, meus alunos do colégio Alberto Salotti serão apresentados a um novo modelo de avaliação. Trata-se de um debate virtual entre classes onde, proposições serão lançadas para serem ratificadas por um grupo e contestadas por outro. A ideia é que os alunos desenvolvam seu senso crítico diante dos grandes temas da atualidade. Os debates ocorrerão na comunidade virtual Juventude Politizada do Brasil (Orkut)http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=105331054 e terá como inspiração o premiado filme O Grande Desafio estrelado por Denzel Washington.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A Sociedade Brasileira no Divã...


Proponho que nós, sociedade brasileira, sejamos conduzidos ao divã de nossas consciências antes que o estampido dos disparos dados naquele colégio do Realengo sejam abafados pelos rojões de nossos festejos onipresentes...

Em Sociologia, uma sociedade é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes, e que interagem entre si constituindo uma comunidade

A origem da palavra sociedade vem do latim societas, uma "associação amistosa com outros". Societas é derivado de socius, que significa "companheiro", e assim o significado de sociedade é intimamente relacionado àquilo que é social. Está implícito no significado de sociedade que seus membros compartilham interesse ou preocupação mútuas sobre um objetivo comum. Como tal, sociedade é muitas vezes usado como sinônimo para o coletivo de cidadãos de um país governados por instituições nacionais que lidam com o bem-estar cívico.

Isso posto, fica claro que o jovem atirador que atendia pelo nome de Wellington não se enquadrava nessa definição idealizada de sociedade.

A grande ironia é que, se na origem da palavra "sociedade" encontramos como derivação o termo "companheiro", vem à tona com as primeiras investigações que a companheira mais presente do jovem Wellington era a solidão.

O dado concreto é que essa tragédia é "apenas" mais um dos sintomas de uma sociedade doente, que se recusa a admitir sua enfermidade e, pior, se tratar dela.

Tais episódios se reproduzem à partir de um modelo de sociedade que escolhemos para viver, onde o coletivo é sacrificado em prol do individual.

Uma sociedade que enaltece o ter em detrimento do ser, que segrega, que se auto afirma por meio do consumismo desenfreado em busca de um mínimo senso de pertencimento, só pode estar gravemente enferma.

Mas quem quer romper com este modelo que tem no dinheiro um elemento diferenciador, onde sua posse confere senso de poder e dominação?

Outro sintoma de uma sociedade doente é a ausência de uma reflexão objetiva diante de suas tragédias.

O fato é que internalizamos uma cultura valorizadora de coisas e não de gente. O outro, que, em interação comigo, deveria ser meu próximo e com isso conferir sentido à sociedade, tornou-se meu concorrente e por extensão meu inimigo.
As relações se tornam cada dia mais impessoais e hostis num ambiente de competição desmedida em que o objetivo é sempre superar o rival.

Não é essa a mensagem explícita das propagandas que seduzem a classe média de forma a alimentar o círculo vicioso da pseudo superioridade? Quem se contentará em ser um mero cliente de banco quando se pode ser "Exclusivo", "Premier", "Personalitè", "Van Gogh" ou um finado "Uniclass"? Numa palavra, "ser alguém" em meio à gentalha que compõe as massas...

E o que dizer da indústria do cinema que produz filmes como "A procura da felicidade", onde seu protagonista é um pobre solitário obcecado pela idéia de enriquecer por julgar estar nela, na riqueza, a felicidade, mesmo que para isso sacrifique suas relações pessoais, inclusive o casamento?

Aí está o elemento desagregador da sociedade, a idéia de que existem pessoas melhores que outras em função do acúmulo de capital.

A tragédia do Realengo, por trágico que seja, não me parece páreo contra os interesses que movem o capital e que excluem milhares de "Wellingtons" pelo mundo afora condenando-os à invisibilidade e à solidão.

Quanto às crianças alvejadas, talvez o maior consolo seja o fato de estarem livres dessa sociedade doente e em franca decadência. Torço para que elas tenham se transformado em estrelas... que embelezem nosso céu...Assim teremos para onde olhar enquanto, deitados nesse divã, choramos nossa culpa, nossa inversão de valores, nossa promiscuidade social...na companhia do Cristo, que um dia chorou ao avistar Jerusalém e que hoje chora diante do Realengo...

segunda-feira, 21 de março de 2011

O que deveria ser o trabalho dos deputados estaduais...


O trabalho do deputado

Todo poder emana do povo. Ao ser eleito pelo voto popular, o deputado assume mandato de quatro anos. Durante esse tempo, participa das sessões plenárias e dos trabalhos das Comissões. Além disso, atende pessoalmente aos eleitores, encaminhando seus pedidos a órgãos governamentais ou apresentando em Plenário assuntos de interesse do segmento social ou da região que o elegeu. Ouve a opinião de grupos organizados que reivindicam a colocação de temas específicos em pauta. Para isso, o deputado costuma receber em seu gabinete trabalhadores, dirigentes sindicais, lideranças de várias comunidades e entidades representativas.

Outra atribuição do deputado é a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Estado. No exercício do mandato, ele tem livre acesso às repartições públicas. Pode fazer diligências pessoalmente nos órgãos de administração direta ou indireta.

É função do parlamentar apresentar projetos de lei, de decreto legislativo, de resolução, e proposta de emenda à Constituição Estadual e avaliar aqueles encaminhados por outros deputados, pelo governador, Poder Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas e pelos cidadãos.

O deputado emite pareceres nas diversas comissões técnicas, sobre os projetos e demais assuntos acerca dos quais o Poder Legislativo deve manifestar-se. Pode também propor a instituição de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs).

Perderá o mandato o deputado que, entre outros motivos, deixar de comparecer à terça parte das sessões ordinárias, exceto quando em licença ou missão autorizada pela Assembleia Legislativa. Também será afastado aquele que faltar com o decoro parlamentar, abusar das funções asseguradas ao deputado ou receber vantagens indevidas.
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Resposta do gabinete de Carlos Giannazzi à nota de repúdio promovida pela JPB - Juventude Politizada do Brasil.

Date: Thu, 17 Mar 2011 20:43:50 -0300
From: carlosgiannazi@uol.com.br
To: marcelodepaula2008@hotmail.com
Subject: Re:
O Psol lançou a candidatura de protesto do deputado Carlos Giannazi para denunciar todos esses fatos
Assessoria do mandato de Carlos Giannazi

Site da ALESP: http://www.al.sp.gov.br/portal/site/Internet/

quarta-feira, 16 de março de 2011

Assembléia Legislativa de São Paulo - NOTA DE REPÚDIO


NOTA DE REPÚDIO

É com grande indignação e pesar, que nós, brasileiros, paulistanos, professores e alunos da rede estadual de ensino, recebemos a notícia da reeleição do "nobre Deputado" Barros Munhoz para mais um período à frente da casa que DEVERIA legislar em prol dos cidadãos paulistas que elegeram seus representantes. Entendemos que, diante das seríssimas denúncias do Ministério Público reproduzidas por toda a imprensa, o "nobre Deputado" deveria recludir-se até o término das apurações.

Nos causa horror o triste papel da oposição que se aliou num vergonhoso e constrangedor conchavo que propiciou 92 votos dentre 94 possíveis para sacramentar a reeleição previamente negociada do "nobre Deputado".

Deixamos claro que estamos de olhos fitos nos senhores e que acompanharemos seus passos por todas essa triste e longa jornada legislativa.

Não se esqueçam que em 4 anos os senhores nos procurarão novamente e saberemos dar o troco a altura...

Indignadamente,

JUVENTUDE POLITIZADA DO BRASIL

http://www.al.sp.gov.br/portal/site/Internet/menuitem.da21f6f4ac9f7dc5afd3eb4bf20041ca/?vgnextoid=df1ee3bac7f57110VgnVCM100000590014acRCRD
Obs.: Enviem para todos os deputados. Segue a lista. DIVULGUEM!!!

terça-feira, 15 de março de 2011

Haiti x Japão... tragédias iguais...conceitos diferentes...


Em sociologia estamos sempre procurando fugir do senso comum para analisar a realidade, até porque isso é o que coloca a sociologia no seleto grupo das ciências sociais.

Para os meus alunos, em particular, trago esta contribuição crítica de uma grande colega, Professora Márcia que milita pela educação em Belo Horizonte.

Jeitos diferentes para se "olhar" tragédias um tanto semelhantes...o jeito do senso comum.

Apreciem...sem moderação...

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Haiti x Japão... tragédias iguais...conceitos diferentes...


Eu de novo analisando a tragédia natural... e de novo, concluo que os PPS’s – POBRE, PRETO E SUBDESENVOLVIDO até nas tragédias naturais são alvo de preconceitos por parte da humanidade. E por outro lado, os BRPM– BRANCO, RICO E PRIMEIRO MUNDO, até nas tragédias são vistos com mais complacência...mais piedade e mais “humanidade” do que os outros.

Isso mesmo, to falando do Haiti x Japão.

Me lembro bem quando ocorreu o terremoto no Haiti, em uma comunidade evangélica do Orkut, cristãos fervorosos diziam que o terremoto no Haiti fora conseqüência do Vodu, religião praticada por eles. Alardeavam aos quatro cantos que a “mão de Deus” havia “pesado” naquele país, em função de seus rituais “satânicos” e sua “desobediência” . Me lembro que isso foi mencionado pelo próprio Cônsul do Haiti... que corroborou com essa idéia estapafúrdia. Agora ouço os mesmos cristãos chocados, dizendo que o mundo está no fim... pois o terremoto do Japão é um anúncio de que o apocalipse se aproxima... e tem ainda os católicos que atribuem a catástofre , num atestado de ignorância sem tamanho, ao efeito estufa...nem mencionam o fato de que ambos os países encontram-se em área instável e totalmente comprometida com a tal falha geológica chamada de "placa tectônica".

Ninguém , mas ninguém até agora disse que a tragédia foi o “peso da mão de Deus no Japão”...
Será por que? Será por que esse Deus cristão aí, só castigou o Haiti, o povo preto e pobre... e em se tratando de Japão... o povo branco e rico, a é apenas um sinal do fim dos tempos?

Ora, ora... a maioria dos japoneses são em sua maioria adeptos do XIntoismo, tipicamente politeísta...e o restante quase que absoluto, são budistas... ou seja...não são cristãos... então... a tragédia deveria ser vista pelos cristãos com o mesmo ponto de vista da tragédia do Haiti. Mas não foi. Não vai ser. Não será jamais.
Estou dizendo isto, batendo na mesma tecla sobre preconceito, racismo, etc...etc... sendo até cansativa, mas com uma certeza enorme de que o ser humano, a cada dia que se passa, submerge-se em seus conceitos absurdamente racistas, preconceituosos, tortos... e pior, baseados em religiões, em crenças , recheadas de segregacionismos, acepções, visões distorcidas da realidade... perpetuando como sempre a divisão entre os seres humanos... que por mais que doa a muitos, seres humanos exatamente iguais.

Mas vamos lá... to triste com a tragédia... assim como fiquei consternada com a tragédia no Haiti, no Rio de Janeiro, na cidade de Passa Quatro... mas ressalto , por mais estranho que pareça, que minha consternação maior não é nem pelas vidas .perdidas...ou pela destruição. Minha tristeza, minha consternação maior é por constatar a cada dia que o ser humano não aprende nada, nem com as tragédias naturais, nem com as ações humanas... o que dirá com esse deus aí, das religiões.

Deus, o verdadeiro, já tá é cansado de tudo isso... e que venha mesmo o fim do mundo!!!!

Fonte: http://historiacorrente.blogspot.com/2011/03/haiti-x-japao-seria-deus-tambem-racista.html

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"A Procura da Felicidade" sob um olhar sociológico...


Como a indústria do entretenimento, no caso, o cinema, favorece o "sistema" ao manter as mentes anestesiadas. Isso sim, um verdadeiro drama da vida real.

A Procura da Felicidade, estrelado por Will Smith é uma premiada produção da Columbia Pictures do ano de 2006...segue a sinopse.


Sinopse

Chris Gardner (Will Smith) é um pai de família que enfrenta sérios problemas financeiros. Apesar de todas as tentativas em manter a família unida, Linda (Thandie Newton), sua esposa, decide partir. Chris agora é pai solteiro e precisa cuidar de Christopher (Jaden Smith), seu filho de apenas 5 anos. Ele tenta usar sua habilidade como vendedor para conseguir um emprego melhor, que lhe dê um salário mais digno. Chris consegue uma vaga de estagiário numa importante corretora de ações, mas não recebe salário pelos serviços prestados. Sua esperança é que, ao fim do programa de estágio, ele seja contratado e assim tenha um futuro promissor na empresa. Porém seus problemas financeiros não podem esperar que isto aconteça, o que faz com que sejam despejados. Chris e Christopher passam a dormir em abrigos, estações de trem, banheiros e onde quer que consigam um refúgio à noite, mantendo a esperança de que dias melhores virão.
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O que causa maior estranheza ao se observar a pirâmide social, nem é a desigualdade nela representada, mas a sua inalterância ao longo do tempo e a atitude dos seguimentos que lhe determinam as posições.

Como pode essa realidade onde muitos trabalham e se sacrificam pelo enriquecimento e boa vida de poucos, não produzir uma indignação suficientemente capaz de mobilizar por mudanças a maioria que se encontra na base?

Dentre os diversos instrumentos que compõem o aparato de controle social pude identificar à partir do olhar sociológico, um bastante eficiente e muito utilizado: Filmes hollywoodianos do gênero drama. O filme que serve de base para essa reflexão narra a história de um representante da base da pirâmide, que ascende socialmente de forma significativa.

A empatia do "público alvo" com o personagem é flagrantemente imediata.

Muitos que assistiram o filme se identificaram, choraram e se animaram em prosseguir lutando pela vida, não obstante todos os percalços.

A mensagem do filme é clara:

Você (da base da pirâmide) também pode chegar lá..."no topo" e ser feliz...

O roteiro do filme condiciona a felicidade à obtenção da satisfação profissional que redundará em riqueza. Fica claro desde o início que o preço a se pagar é elevado, como se o fato de pertencer a base da pirâmide já não fosse um preço suficientemente alto.

O segredo é ser um gênio (lembre-se do cubo mágico) e dar tudo de si. Chris Gardner (Will Smith)evitava até ir ao banheiro para não perder tempo e focar-se excluvivamente na sua obsessão (ser feliz).

Chris Gardner é a encarnação sob medida dos que estão na base da pirâmide e que sonham com melhores perspectiva de vida.

O detalhe cruel é que Gardner atravessa o inferno que sua obsessão lhe impõe na condição de estagiário. Ao final do ciclo preparatório de seis meses, se ele fosse o melhor dentre os concorrentes, (também da base),seria enfim efetivado.

O filme se passa em pouco menos de duas horas, minimizando o fato do esforço de toda uma vida em busca de um melhor posicionamente na pirâmide.

Verdades que saltam aos olhos...

A minoria absoluta consegue "chegar lá" a partir do esforço máximo e isso é vendido como triunfo. Na obsessão para se "chegar lá" perde-se o senso crítico que poderia questionar esse modelo perverso de ascensão social. A massa da base não se junta, não dá a liga que possa lhe garantir substância, pois seus elementos estão todos fragmentados procurando a felicidade individual ao invés da conjunta, que seria a implosão da atual pirâmide e sua substituição por uma ordem mais justa.

O dado concreto é que o drama que emocionou milhões e até produziu neles uma certa motivação esconde um alto grau de perversidade. A "base" é condenada a procurar uma felicidade que sempre lhe pertenceu, mas que lhe é diariamente subtraída por um sistema explorador e, nesse processo de busca, reproduz incessantemente o modelo atual da vergonhosa piramide social.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Status Quo X Subversão



Adoráveis alunos...

Aprendemos em aulas recentes que Status Quo é uma expressão do latim que designa o estado atual das coisas, seja em que momento for.

Sociologicamente podemos dizer que Status Quo é a manutenção da "ordem estabelecida".

Há que se considerar que "a ordem atual das coisas" interessa a seguimentos específicos da sociedade, em geral, a classe dominante (vide a pirâmide social)

Na realidade, a expressão não define necessariamente um mau estado, e sim o estado atual das coisas. (que "coincidentemente" é desfavorável à classe trabalhadora e à base da pirâmide, leia-se pobres).

Daí, a necessidade da SUBVERSÃO, "politicamente correta".

O Status Quo sempre verá a SUBVERSÃO como um inimigo a ser combatido, uma vez que esta se lhe opõe.

Mas o que vem a ser SUBVERSÃO?

Segundo o dicionário, SUBVERSÃO vem a ser "Ação ou efeito de subverter; prática de atos subversivos; revolta, insubordinação contra a autoridade, as instituições, as leis e os princípios estabelecidos."

Tomemos a convulsão social que se apoderou dos países árabes, conforme os últimos noticiários, como nosso exemplo.

A grande maioria das pessoas, a imprensa, os analistas e a elite em geral estão a favor desta SUBVERSÃO da população árabe que clama por liberdade.

No entanto, esta mesma imprensa (mídia em geral), analistas e elite não pensaria duas vezes em reprimir qualquer "ação subversiva" que pudesse ocorrer em nosso país. Na prática, isso nada mais é que o famoso "dois pesos e duas medidas".

SUBVERSÃO, portanto, tem uma conotação negativa e isso foi assimilado culturalmente pela própria sociedade brasileira que inconscientemente trabalha a favor do Status Quo.

Quando falo em SUBVERSÂO "politicamente correta", se é que isso existe,
falo em uma consciência coletiva que se indigne com o atual estado de coisas levando a sociedade a uma mobilização pacífica, porém abrangente e eficiente tendo em vista reformas profundas que altere o atual estado de injustiça social em que nos acostumamos a ser submetidos.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Quem é o "pai da criança"?


O Brasil vem num processo de transformação de mais de 20 anos. Durante boa parte de sua história o país sofreu de uma crise de identidade profunda sem achar o seu lugar ao sol. Deu muita cabeçada. A Argentina também é assim. Até hoje eles pensam que são europeus. Lembremos que com Sarney, houveram diversos pacotes de ajustes para tentar conter a inflação. O Brasil se converteu num laboratório de testes. Isso continuou com Collor, que também teve seus "méritos", o de abrir a economia. Quem não se lembra das carroças? E não adianta aquele discurso de que isso era inevitável e aconteceria em qualquer governo. Pode até ser, mas aconteceu no dele, portanto não lhe roubemos os louros que lhe convém. Itamar sim, teve o grande mérito de estar no poder quando chegou a estabilização por meio de uma moeda forte. FHC é igualzinho ao LULA no que diz respeito a apropriação indébita de méritos. A diferença é que LULA é autêntico, ou seja, um canastrão, um fanfarrão e gosta mesmo de pobre . FHC se alinhou a LULA nos anos 70, mas sempre foi elite. Cheiro de pobre incomoda o sociólogo da Sourbone. Quanto a ambos se acharem os "pais da criança", acho normal. Jamais condenaria qualquer deles por isso, pois é próprio da política. Reconhecer os méritos do adversário é suicídio político e só inocentes esperam por isso.

O dado concreto é que desde o fim da ditadura, ou seja, com Sarney, teve inicio o processo que culminou no Brasil que temos hoje. Os honestos intelectualmente não terão dificuldades em conceder o devido lugar a cada um na história, inclusive dos sempre esquecidos André Lara Rezende e Persio Arida, os homens dos bastidores, mentores do DNA do Real. Aos apaixonados, por sua vez, cabe exaltar seus heróis, ou seja, o mais hábil na capacidade de iludir incautos..