Barack Obama está sendo aclamado como um "deus". O simbolismo de sua eleição é muito maior que a eleição em si. Afinal, um negro com sangue árabe ocupar o posto de presidente da maior potência econômica e nuclear do planeta se reveste de uma significação sem precedentes. Os EUA é um país sabidamente marcado pela cultura do racismo. Os saudosistas de Luther King voltaram a sonhar com a eleição de Obama. Novamente se repete o ciclo vicioso da política onde quem vence, não vence porque ganha, mas porque o rival perde. John Mckain se distanciou de Obama nas pesquisas na medida em que a crise avançava. Não havia como descolá-lo de Bush. Nem o fato de ser um ex combatente do Vietnã sensibilizou a sociedade norte americana diante do derretimento de sua economia. Valeu o tupiniquim "diga-me com quem andas e direi quem és". Mckain não perdeu para Obama, perdeu para Bush...
Agora, o dado concreto...
O voto em Obama é o voto do desespero, o voto do protesto que os brasileiros tão bem conhecem. Não há como acreditar que a conservadora sociedade norte americana, resolveu se tornar progressista de uma hora para outra. O ponto fraco dos norte americanos, símbolo maior do capitalismo, sempre foi o bolso. Tivesse o agora "pato manco" feito um governo um pouquinho menos medíocre o eleito seria Mckain. Certamente há méritos em Obama, bem articulado no discurso, carismático, soube usar a crise como moeda de troca junto ao seu eleitorado. Enquanto a potência agoniza, Obama colhe os louros e os louvores de dirigentes de todo o mundo. Nunca a eleição de um presidente norte americano foi tão comemorada fora de suas fronteiras.
A bem da verdade não há muito o que comemorar. Além da origem e da cútis, pouca coisa diferencia Obama de Mckain. O que houve foi uma alternância comum do poder. Hora republicanos, hora democratas, mas sempre conduzinho a superpotência como um rolo compressor sobre o resto do mundo. O tempo, absoluto senhor da verdade nos dirá em quatro anos se Barack Obama foi uma real inovação ou mais um "pato manco", só que negro.
2 comentários:
Barack Hussein Obama. Nome extremamente sugestivo. Nenhum americano, em sã consciência, pensaria numa situação dessas - um presidente negro com ascendência muçulmana - até poucos anos atrás. Mas as mudanças político-econômicas mundiais têm sido tão rápidas e intensas que impressionam e até assustam, dando chances a quase todas as pessoas, sem distinção (desde que, óbviamente, já estejam dentro do processo). E olha, Obama não é um qualquer. Advogado, letrado em Harvard, líder comunitário, senador... não saiu do nada para ser presidente da potência. Tem grande potencial apaziguador, e dizem por aí que pode ser um presidente diferenciado. Espero, Marcello, discordar de você ao final dos quatro anos de mandato de Barack, podendo contar pra você as mudanças sensíveis implementadas pelo presidente eleito. Mas a experiência brasileira (leia-se Lula) já me mostrou que mudanças radicais num mundo globalizado só ocorrem mesmo em filmes ou em governos folclóricos (Bolívia e Venezuela, pra ficarmos na América do Sul...).
Ae Marcelo, pelo menos, você não falou nessa postagem que o Barack Obama é o Anticristo. Gostei de seu comentário, mas ao contrário de você, eu torço pelo Obama e espero que ele seja um bom presidente.
(agora falarei com o Phill)
Ae Barriga, você participa do blog do Marcelo e não participa do meu!
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