domingo, 31 de outubro de 2010

"Cálidas felicitações..."


Frase de Hugo Chaves, o irreverente presidente venezuelano ao cumprimentar DILMA Rousseff, a primeira presidente eleita do Brasil.

Ter um cabo eleitoral do porte de LULA é o sonho de qualquer candidato. No entanto, atribuir a vitória de DILMA a LULA, tão somente, é algo que nem o próprio admite.

Há algo de especial nessa mulher que o presidente viu primeiro que todo mundo. Somente sua gestão à frente do governo revelará (ou não).

Dilma não é simpática, fato. Detalhe, precisa?

Dilma não tem currículo político (mandato), outro fato. E de novo pergunto, precisa?

A experiência é sempre importante, mas que tipo de experiência?

A eleição de DILMA nos leva a refletir sobre nossos pré conceitos.

Se falou muito nesses dias pré eleitorais sobre "criador e criatura", referência jocosa a LULA e DILMA.

O dado concreto é que Dilma teve experiência onde Serra não teve. Foi presa e torturada pelo regime militar, fato este que lhe propiciou conviver com o poder as avessas.

Por outro lado, esteve junto de um verdadeiro mestre da política. Como São Paulo, Apóstolo, aos pés de Gamaliel, assim foi Dilma, fiel discípula diante de Sua Excelência.

Dilma estava no lugar certo, na hora certa e com a pessoa certa. Quando a "estrela" de uma pessoa brilha desta forma, a experiência se torna consequência e não a causa desse brilho.

Afinal, para que serve a experiência desacompanhada da sorte?

É natural aos perdedores desdenhar dos vencedores. Foi assim com LULA. Diziam que ele teve a sorte de não enfrentar crises globais ao longo de seu governo.

Dizem que Dilma teve a sorte de ter LULA como cabo eleitoral.

Que dizer de Serra e da oposição atrapalhada que teve o azar de não ter sorte?

Por tudo isso, a saudação chavista à nova presidente é a que me parece mais propícia nesta hora:

Cálidas felicitações, DILMA!

Brasil, 31 de Outubro de 2010


Hoje é um grande dia para o Brasil. Confirmadas as pesquisas, teremos pela primeira vez na história uma mulher eleita para o posto mais alto do país. Isso seguido de oito anos do primeiro operário eleito para o mesmo cargo. Conclusão, o Brasil está mudando rapidamente. Está se tornando cada vez mais politizado. Tudo indica que há uma franca resistência ao modelo que engessou o desenvolvimento desse país por anos a fio. Basta de elites no poder! Por 500 anos o Brasil esteve em suas mãos e conhecemos o atraso na prática e na pele. Tiveram muito tempo para governar. Competencia, certamente não lhes faltava, mas faltava decência, faltava vontade política, faltava cristianismo para ver o outro como igual em meio a desigualdade que eles mesmo gestaram e promoveram. Hoje o povo da a resposta nas urnas, o recado é claro: "Cansamos de vocês e aprovamos o governo que representa as classes populares". Dentro em pouco as urnas serão abertas e o Brasil seguirá em frente com DILMA Presidente! Parabéns Brasil!

Marcello di Paola

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Considerações políticas à véspera da eleição...


Há três dias do 2º turno das eleições, a impressão que tenho é que vivemos um grande momento de nossa história republicana. Campanha eleitoral é um tempo de desgaste tanto para candidatos como para eleitores. A super exposição na mídia predispõe os candidatos ao excrutínio impiedoso da população, que por vezes esquece que quem concorre, além de político é humano e, portanto, passivo de irritação e atos falhos que, não raro, os "incriminam"...Evidentemente cada lado explora a fraqueza do outro superestimando seus vacilos. Somado tudo e descontado os excessos de ambas as partes, percebemos que o eleitor tantas vezes espera o que jamais virá, ou seja, o candidato ideal. A bem da verdade, candidato ideal não existe em parte alguma. O que existe são candidatos idealizados e, em grande parte, por um eleitorado despolitizado que não vive a essência da política fora dos períodos de campanha, triste legado de um país governado pelas elites, que pepertuou um sentimento de aversão pelo tema nas classes medias e populares. Após 8 anos de um governo decididamente representativo das classes marginalizadas, e confirmado nas urnas o que vem dizendo todas as pesquisas, a expectativa é que a continuidade com avanços, proposta pela líder nas intenções de voto, leve o eleitor a um redescobrimento da política, de forma a substituir expectativas surreais por uma militância cidadã e participativa ao longo do mandato. Que ao final desse pleito, todo o desgaste possa ter valido a pena diante do futuro brilhante a que estamos predestinados.

sábado, 23 de outubro de 2010

Revolução à francesa


Ser governo, definitivamente não é tarefa fácil. O problema que a França enfrenta hoje, chegará mais cedo ou mais tarde em diversos países, inclusive no Brasil. O défict das previdências mundiais é o preço pelo avanço da tecnologia na medicina. As pessoas estão vivendo cada vez mais. Em contrapartida não está havendo uma reposição de mão de obra proporcional aos que se aposentam. Menos pessoas estão nascendo. É evidente que os dias de hoje são outros, mas não há como não evocar a célebre fala de John Kennedy na década de 60:

"Não perguntem o que os Estados Unidos podem fazer por nós, mas o que nós podemos fazer pelos Estados Unidos"

Os franceses, com seu histórico de politização, são altamente sensíveis quanto as suas conquistas sociais e por isso foram às ruas protestar.

Na época de Kennedy, o contexto de guerra fria unia a nação norte americana em torno de um só objetivo, o combate ao inimigo comum, o comunismo. O discurso presidencial encontrava guarida nos corações que estavam predispostos a delegar ao Estado todos os seus direitos com vistas ao bem comum.

A França moderna parece não ter um inimigo comum que justifique postura semelhante.

Seja como for, o dado concreto é que ninguém quer pagar a conta da crise gerada pelos avanços da tecnologia. Tudo tem o seu preço. A sociedade francesa, e não só ela, mas a sociedade global precisa refletir sobre essa realidade presente, o custo do bem estar social.

Os teóricos debatem, mas o senso comum precisa entender que tudo que se ganha de um lado, se perde por outro, ainda mais no capitalismo.

Trago um link de acesso às fotos que retratam o atual momento frances...

http://especiais.ig.com.br/zoom/protestos-e-greve-na-franca/

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Capitalismo x Cidadania


“Sou consciente de que meu patrimônio é fruto da desigualdade social e aí vejo uma responsabilidade. O capital é uma ferramenta, quase sempre usada para gerar mais capital. Eu estou tentando entender como usar ele para criar cidadania ”.

(Marcos, um jovem milionário de 26 anos em crise existencial com o capitalismo)

Fotógrafos em situação de rua em São Paulo expõem arte para a elite
Breno Castro Alves
Especial para o UOL Notícias
Em São Paulo

Famosa por suas lojas caríssimas e público abastado, a rua Oscar Freire acaba de inaugurar um espaço para expor contradição social. O espaço da loja Op Art recebeu nesta segunda-feira (18) a primeira exposição do projeto Trecho 2.8, apresentando 50 fotografias de arte de dez cidadãos em situação de rua, moradores do centro de São Paulo. As imagens ficarão por ali até o próximo dia 23 de outubro, em exposição preparatória para o leilão que acontecerá dois dias depois disso na ainda mais pomposa Villa Daslu. Ambas terão portas abertas e entrada franca.

As 50 fotos foram produzidas ao longo dos últimos cinco meses. Foram utilizadas câmeras semiprofissionais digitais.

Primeira iniciativa do Instituto Brasis, o Trecho 2.8 propõe construir deslocamentos sociais. O grupo inicia conta com dez pessoas em situação de rua que demonstraram o interesse de aguçar o olhar para buscar o novo em uma realidade saturada. Os coordenadores entrevistaram cerca de 20 possíveis candidatos, sem revelar que os participantes ganhariam também uma bolsa de meio salário mínimo. Buscavam formar um grupo pequeno, reunindo pessoas com genuíno interesse por desenvolver subjetividade e arte.

Selecionaram 11 -apenas uma participante desistiu. Os encontros do Trecho reúnem fotógrafos, os dois coordenadores do projeto e dois diretores do Brasis. O número reduzido permitiu um aprofundamento da experiência individual em um grupo onde, nos últimos cinco meses, se discutiu e exercitou fotografia. Os fotógrafos lidaram com seu extremo oposto na pirâmide social. Os dez participantes foram os convidados de honra da abertura da exposição ontem à noite e estarão também na abertura do evento na Villa Daslu.

O Brasis foi criado pelo empresário Marcos Amaro, instigado a promover ações para diminuir a desigualdade social e expor contradições dentro da elite. O jovem de 26 anos tem a consciência de quão necessário é questionar e apontar as contradições das elites. Assim, o Brasis propõe pensar um trabalho de educação e formação não apenas para as populações mais pobres. Todos precisam de educação social e responsabilidades, principalmente os mais ricos.

O milionário está nu
Estudar filosofia abriu caminhos e a cabeça de Marcos. Começou aos 23. Até ali, o jovem havia se dedicado exclusivamente a multiplicar uma herança milionária. Hoje, tem 26 anos, participação em várias empresas e algumas dezenas de milhões de reais. Fundou o instituto para lidar com contradições instigadas por estudar pensadores como Platão, Kant e Freud com seu professor, Donizete Soares. Hoje, se apropria de Marx para pensar uma visão de mundo: “Sou consciente de que meu patrimônio é fruto da desigualdade social e aí vejo uma responsabilidade. O capital é uma ferramenta, quase sempre usada para gerar mais capital. Eu estou tentando entender como usar ele para criar cidadania ”.

Marcos tem fala pausada e dicção perfeita, age com cordialidade sincera. Há três anos reuniu amigos inquietos – e milionários – para formar um grupo de estudos. Buscando novas visões para entender seu lugar no mundo, foram atrás de filósofos e de si mesmos. As contradições do grupo afloraram e há um ano surgiu o Brasis, instituto que propõe uma troca de visões entre os extremos da pirâmide social. Villa Daslu não é exatamente o cenário da vida de um sem teto.

Assim, buscam brechas de conscientização. Propõem à elite o financiamento de um instituto em aberto que, por princípio, busca contato. O Brasis tem 35 mantenedores que contribuem mensalmente com dinheiro não deduzível de imposto. Talvez alguns deles estejam expiando suas consciências, mas Marcos não está. “Não carrego culpa, não é um pecado ter dinheiro, sinto mais como responsabilidade. Não é alívio de consciência, é projeto de vida. Devo passar 70% do meu tempo trabalhando para o Brasis. Nessas pessoas encontrei as coordenadas de onde me posicionar no mundo”, conclui.

Instituto Brasis: estudos e ações
O Trecho 2.8 é realizado em parceria com o Instituto GENS, responsável pela formulação e execução do projeto. “Entendemos nosso trabalho junto ao Brasis como a possibilidade de colaborar para que um grupo de jovens empresários repensem seu papel social”, avalia Grácia Lopes Lima, fundadora do GENS, junto a Edson Fragoaz, uma das coordenadoras do Trecho 2.8.

A professora - “educadora não, porque educar é responsabilidade de todo adulto” - está satisfeita com o modelo de co-gestão que o grupo vem construindo. Não existe imposição de um modelo ou caminho, não é um projeto social formatado como a solução para pobres coitados. As discussões estratégicas são coletivas, todos os participantes, de coordenadores a fotógrafos, têm voz sobre como lidar com aquela construção. O grupo, que se reunia duas vezes por semana para discutir fotografia, decidiu também se encontrar a cada 15 dias para estruturar coletivamente a próxima ação do Brasis.

Diz Grácia: “Estamos formando um grupo para pensar ações coletivamente, para sair do movimento de promover projetos em benefício daqueles que não têm. Estes rapazes estão interessados também em entender o contexto social que, se por um lado gerou seu patrimônio, por outro privou multidões dele. Por isso o subtítulo do instituto me agrada: estudos e ações. O mais desafiador é manter a coerência”.

Artistas em situação de rua
Tião Nicomedes é negro de barba grossa, corpo largo e cabeça boa. Sentado no chão de pedra do vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, relembra seus tempos de albergue: “Rapaz, aquilo lá é muito aborrecimento, se for ligar para tudo o cara paralisa. Tinha época em que eu quase não trocava de roupa, não tinha motivação pra pensar esses detalhes”. Viveu quatro anos na rede de assistência e se pudesse teria saído no primeiro mês.

Ali, porém, encontrou a arte. Começou a escrever para criar outro mundo onde viver, um mundo onde as coisas são certas e o sujeito não precisa ficar ouvindo besteira de assistente social. “Pegar o barro ou a caneta e fazer algo bacana, o cara se sente útil, repensa sua vida, não é?”. Assim, quando surgiu a proposta de trabalhar fotografia com o Trecho 2.8, agarrou a possibilidade de aprender nova linguagem.

“O Trecho é um dos poucos projetos onde não nos tratam como idiotas carentes”, avalia. “Ali todo mundo opina, todo mundo decide junto. Tanto que nem chama oficina, é um projeto de criação e pesquisa. Trazer um negócio pronto e implantar sem nem perguntar se as pessoas querem aquilo tem de monte, meu irmão, você precisa ver quantos diplomas o camarada junta em um ano de albergue. Eu tenho mais de trinta: “tá aqui, Tião, pega seu papel e leva esse abraço”. Pra quê?”.

Sem caridade, trabalho
Tião e os outros nove participantes do projeto – que infelizmente não puderam ser ouvidos pela reportagem – prestarão serviços de fotografia à Caititi, empresa com fins lucrativos que está sendo criada pelo Brasis para gerar renda. Diferente de uma empresa comercial, não vai aumentar o capital de um dono. Descontadas todas as despesas, o lucro ficará entre os participantes. Oferecerão serviços de fotografia artística e comercial e já fecharam seu primeiro contrato com uma empresa de moda. A decisão de criar a Caititi e suas características vem sendo definidas uma a uma por todos os participantes do projeto, milionários e miseráveis, com a mesma voz.

Não há benevolência no processo. Não há a necessidade de realizar caridade, todos estão ali por interesse individual. É trabalho e todos ganham com o processo. Marcos entende o potencial de explorar um nicho novo de oportunidade e começa a desencadear um movimento de responsabilidade baseado em envolvimento individual.

Mas a mudança profunda vem com os participantes. Todos se beneficiam da possibilidade de se reinventarem criativos, de se construírem autônomos. Treinar o olhar sobre a outra ponta da pirâmide social pode ensinar sobre seu lugar no mundo.

Fonte:http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/10/19/fotografos-em-situacao-de-rua-em-sao-paulo-expoem-arte-para-a-elite.jhtm

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A guerra dos vídeos na internet


Uma característica dessa eleição de 2010 é a avalanche de vídeos que são despejados diariamente na rede a favor e contra os candidatos. Esse, inclusive, é apontado como um dos fatores que empurraram a eleição presidencial para o segundo turno. A internet é um zona neutra e nela trafega diariamente verdades e mentiras que são reproduzidas indefinidamente segundo o gosto partidário de cada internauta.
Basear-se nesses vídeos para qualificar um candidato não é o melhor indicativo para tomada de decisão. Isto porque boa parte desses vídeos são EDITADOS, ou seja, recortados de seu contexto original e colado num contexto apropriado ao que quer disseminar o autor do vídeo. Nessa situação nenhum dos candidatos estão imunes de serem caluniados. Ambas as campanhas se empenham na descontrução da imagem do outro, procurando desqualificá-lo e associá-lo ao que há de pior. Muitos desse vídeos ainda, são de autoria desconhecida, não possuindo assim a chancelas dos candidatos ou dos partidos para sua veiculação. Como disse, a internet é uma zona neutra e quem navega por esse magnífico mundo virtual tem que estar ciente de que está sujeito a encontrar de tudo, seja para o bem, seja para o mau. É recomendável ainda, uma dose razoável de bom senso para não sair reproduzindo videos duvidosos como se fossem oráculos dos deuses.
Quando o eleitor age de maneira irresponsável disseminando tais vídeos, ele entra no jogo sujo do qual condena.
A internet é uma ferramenta democrática e acessível a boa parte da população média. O brasileiro precisa aprender a lidar com ela de forma a ser um instrumento de auxílo e não de confusão.

Que essa guerra se limite ao mundo virtual.Se não domarmos nossos instintos primitivos corremos o risco de ver contemporanizado a teoria de Thomas Hobbes, onde o estado de natureza nos levará a guerra de todos contra todos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A mãe dos pobres...


É natural que os candidatos apelem para suas experiências no horário eleitoral para convencerem seus potenciais eleitores.

Ocorre que experiência nem sempre é sinônimo de eficiência. Que o diga o presidente LULA, considerado o presidente mais popular da história desse país. LULA não colecionou cargos públicos de grande relevancia. Saiu do sindicalismo para a Câmara dos Deputados, onde foi deputado constituinte. Amargou sucessivas derrotas eleitorais para o executivo até chegar onde chegou. Sua história de vida que ganhou as telas é um currículum por excelência.

Serra, por sua vez, se engrandece de ter sido Deputado, Senador, Ministro, Prefeito e Governador. Os dois últimos no entanto abandonou no meio do caminho, mesmo tendo assinado em cartório o compromisso de cumprir os mandatos.

Experiência em cargos públicos, de fato Serra tem, assim como FHC também tinha. O que lhes falta no entanto, e isso é duro de lidar politicamente é a eficiência que LULA tem demonstrado ao longo desses oito anos de mandato.

A "inexperiência" de LULA foi amplamente suprida por seu carisma, indiscutível identificação com a massa popular e inesperada capacidade de gestão.

DILMA Rousseff tem ainda menos experiência que LULA. Sua vivência se deu basicamente na área técnica no Rio Grande do SUL e o ápice de sua carreira foi a de Ministra Chefe da Casa Civil. Fora isso, nenhuma experiência parlamentar.

Isso posto, podemos concluir (por experiência)que biografia de político não é garantia alguma de eficiência de governo.

O que o brasileiro tem diante de si, muito mais que biografias, são PROJETOS DE GOVERNO que precisam ser cuidadosamente avaliados antes da definição do voto.

DILMA representa, ao menos em teoria, a continuidade de um governo amplamente aprovado.

Serra fala em superação, "O Brasil pode mais". A questão que se levanta é se o Brasil pode mais governado a partir de uma biografia ou de um projeto de governo.

Dilma não tem uma biografia política, mas tem um projeto, ainda que sob a égide do "continuísmo", afinal, trata-se da continuidade de algo que vem dando certo (?).

Serra tem biografia política, mas carece de um projeto alternativo de governo, pelo que não lhe resta slogam mais propício que "O Brasil pode mais".

O que as pesquisas de opinião parecem sinalizar é que o eleitorado está mais preocupado em manter as conquistas obtidas do que com o curriculum vitae dos candidatos e Dilma parece encarnar essa expectativa.

O dado concreto é que nenhum dos candidatos empolga. O que podemos saber com quase certeza é que, LULA ao passar a faixa presidencial para o(a) sucessor(a), deixará o Brasil pobre orfão de pai. Antes porém, teve todo o cuidado de preparar uma mãe. Resta saber se esta mãe,sem carisma nem biografia, será capaz de convencer que pode suprir a ausencia do pai. Tem até o dia 31 para isso...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Considerações políticas em tempos de eleição 2


POR QUE DILMA NÃO FATUROU NO PRIMEIRO TURNO?

Era para Dilma Rousseff ter sido eleita no ultimo dia 3 em primeiro turno como a primeira presidenta do Brasil.

Na derradeira semana, entretanto, fatos isolados frustraram, a campanha petista e adiaram o processo.

Muita coisa pode ser dita sobre o ocorrido, mas parece que toda análise passa necessariamente pela questão da religiosidade.

O Brasil é um país cristão em sua maioria e o aborto, portanto, um tema sensível demais para ser tratado com negligência pela campanha petista. As urnas não perdoaram. Esse episódio por si só ja seria desastroso para os planos de vitória em primeiro turno. Soma-se a isso uma campanha difamatória que ganhou rapidamente a internet atribuindo a Dilma frases anticristãs e o estrago estava feito.

Nos dois episódios, a campanha petista demorou demais para reagir. Bobeira geral!Quem sabe em função do clima predominate do "já ganhou"!

O dado concreto é que as campanhas por mais bem elaboradas que sejam, com profissionais qualificados, ainda falham em suas avaliações.

O grande equívoco da equipe da candidata no meu entender, foi a subestimação do eleitorado religioso, particularmente o evangélico. Um rebanho que soma 25 milhóes de ovelhas e que, em grande medida, dizem amém sem pestanejar aos apelos de seus pastores. Em 2006 quando elaborei o meu TCC de Sociologia "Lógica Comercial no Âmbito da Fé" ja apontava para o crescente poder político desse seguimento social.

A equipe de Serra, por sua vez cometeu erros desde o início, fazendo experimentos durante toda a campanha. Igualmente, foí punido nas urnas, só que foi beneficiado pelos votos que migraram para Marina, ironicamente, a única evangélica dentre os candidatos.

O curioso agora, é que o voto dos evangélicos, subestimado por ambas as campanhas se torna o fiel da balança para decidir a eleição em segundo turno.

A Serra cabe saber capitalizar em cima dos erros da adversária e a Dilma trabalhar para que o remendo não saia pior que o soneto.

Seja como for, esta é a típica eleição de prognóstico difícil.

Quem será eleito?

Só Deus sabe.