quarta-feira, 7 de setembro de 2011

PTMDB - O "novo" grande partido nacional

Como se sabe, dia desses o PT (Partido dos Trabalhadores) realizou seu congresso nacional em Brasília. Como de costume, lá se reuniram as diversas facções do partido (redundância à parte) numa grande festa democrática. A voz das "minorias", no entanto, insatisfeitas com o noivado com a antes combatida sigla, se fez ouvir e de forma incômoda, pra não dizer constrangedora. Uma das correntes, chamada de "Mensagem ao Partido" chegou a pregar a ruptura com o PMDB em nome das eleições que se avizinham. Uma demonstração cabal de ingratidão para com o partido que foi determinante para a eleição de Dilma. Na verdade, coisas da política. Nestas horas o que prevalece são as conhecidas e hábeis tiradas diplomáticas dos políticos profissionais e de longa carreira, como a de Michel Temer, um dos mais surrados no congresso: "Essas manifestações mais radicais são facilmente superadas pela forte relação que os dois partidos consolidaram ao longo da aliança". Isso resume tudo. Na prática não existe mais dois partidos, só na teoria, para manter as aparências e a "credibilidade" das siglas. O governo Dilma não subsistiria sem essa relação carnal com o PMDB, assim como o de LULA. O desafio para os caciques de ambos os partidos é conter os ânimos das correntes mais à esquerda que ainda se pautam pela ideologia. O dado concreto é que ideologia em política virou uma espécie de artigo de museu, algo bonito de se ver, de se admirar e de nos remeter à história, porém, coisa do passado. O PT teve que "descobrir" isso para chegar ao poder e se manter por lá. Duas letrinhas na sigla (PT) não conseguiria representar na prática um partido no exercício do poder. Daí a metamorfose e o acréscimo de mais três letrinhas (MDB) O (P) já era comum aos dois, como é comum também o jogo de interesses. Surge então o PTMDB, um verdadeiro "Leviatã", só para lembrar de Hobbes. Um gigantesco monstro que se nutre do fisiologismo, das conveniências e claro, da diplomacia que os mantem unidos no interesse comum. Está claro e nítido, só resta às correntes minoritárias de ambos os partidos perceberem que o casamento já foi sacramentado, só que eles não foram convidados para a festa "democrática".

2 comentários:

História Corrente disse...

Verdade...
Eu tava pensando ... essa junção mais que conveniente, principalmente pelo contexto atual, além de necessária é uma espécie de garantia para que o PT continue comandando o pedaço e garantir tb as próximas eleições...
A história nos mostra como é importante manter essa relação amistosa com a “zelite” da política brasileira... afinal... são eles que permitem ou não a continuidade de um governo... apesar dessa tal “democracia” brasileira...
Lula não moveria um palito de fósforo se não adulasse esses bostas...
Concordo que ideologia é coisa de museu... mas o museu é imprescindível pra manter nossa memória vívida... pena que nem todos são adeptos da “velharia”... e ficam por aí... sem noção quando o assunto é política...acabam bradando por “ética”, por “moralidade”, esquecendo-se que estes conceitos na nossa política nunca foram originais... e preferem detonar o PT ou Lula, numa tentativa absurda de conceber uma opinião “isenta”. Pelo menos eles se dizem “isentos”...
Falando em museu...em iedeologia, me lembrei de Jango... foi tido pela esquerda radical como burguês por ser filho de burgueses...foi rotulado de comunista pela extrema direita e militares por falar e exigir reforma agrária...por tentar colocar em prática reformas de base... foi chamado de fraco e incompetente pela sociedade por não abaixar as calças ao capital estrangeiro... enfim... foi deposto...exilado e creio eu assassinado... por ter sido apenas Jango...
Sinceramente, sendo assim... já que é assim... então que venha o PTMDB....

Marcelo de Paula disse...

Pois é Professora,
Maquiavel e o Cardeal Mazarin são mais atuais do que na época deles.